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 Willian de Souza Neves








Retratos de um Herói

O Policial Militar do Estado do Espírito Santo vive como um herói de revistas em quadrinhos, mas precisamente como o conto do Homem Aranha, sim leitor (a), a semelhança é brutal, pois veja, Peter Parker o jovem fotógrafo do Jornal de Nova York, Clarim Diário, mal consegue pagar seu aluguel, anda de lambreta, quando não está quebrada e vive aos trancos e barrancos com o pouco dinheiro que recebe, sempre rejeitado e esquecido a própria sorte, entretanto, sempre entra em cena os grandes vilões e a so ciedade desprotegida não tem outra saída senão clamar pelo seu herói, que sempre chega triunfante, pois bem, o policial militar sofre do mesmo mal do herói da ficção, também é esquecido pela sociedade e, principalmente, pelo Estado. Esquecem que este servidor é ser humano e, por este motivo, necessita tanto quanto os outros de possuir direitos que lhes concedam uma vida digna e feliz. É fato que todas as mazelas da sociedade que não foram solucionadas por quem deveria, sejam as Instituições públicas ou privadas, grupos sociais ou religiosos, após todos os entes falhares a sociedade sempre clama por seus heróis, Policiais Militares, que quase que rotineiramente abraçam e realizam funções que não lhes competem, não por se sentirem insuperáveis, longe disso, mas, apenas, pelo compromisso e comprometimento com o cidadão, nunca os deixa sem resposta e como ocorre na ficção, as vezes eles são heróis e muitas vezes passam por vilões em decorrência de uma imprensa descompromissada com a verdade, mas sim apenas com seu próprio Ibope, não transmite ao seu público as minúcias dos eventos em si, as dificuldades e desafios passados por essa categoria, que deveria ser exaltada a todo momento.

Como ocorre com o jovem Peter, esses profissionais são mal remunerados, não tem plano de saúde, seguro, assistência jurídica e mais uma infinidade de direitos, que pela especificidade da função deveriam ter. Pobre daquele que se acidentar em serviço e não possuir plano de saúde pago pelo próprio bolso, possivelmente ficará largado em um dos corredores dos hospitais públicos ou se quiser tentar a sorte se endivida para ter auxílio e reza para que seu pedido de indenização seja deferido. Outro que sofre é aquele que por razões do dever porventura vier a ferir ou matar alguém, sofrerá um longo, penoso e caro processo judicial em que seu único "erro", foi cumprir com o seu dever.

 A única diferença entre os heróis é que o da ficção, ao final do episódio, encerra com uma estória feliz e os heróis da vida real tentam, esperam, anseiam, mas nunca conseguem chegar a momentos felizes de valorização profissional.